Será a fila o nosso fetiche?
Uma das expressões mais visíveis, do controle do corpo, numa escola classe, é a fila. E o que espanta é que o tempo gasto e o stress causado pelas filas sequer são motivo de angústia e discussão em nossas escolas.As crianças fazem fila para tudo. Quando chegam... Quando vão para a sala... Quando vão para o banheiro... para o lanche... para assistir alguma apresentação no pátio... para ir pra sala de vídeo... praticamente, todos os movimentos das crianças no ambiente escolar é feito por filas. E claro, como buscamos a fila perfeita, os transtornos são inevitáveis. Empurrões, xingamentos, brigas... Um tal de "tia, tá no meu lugar!" "Tia, eu sou na frente!", Tia!!! Tia!!! Oh tia!!! Uma verdadeira cena cotidiana no inferno!.
Junta-se a isso, separamos, desde os primeiros momentos da criança na escola, os meninos e as meninas. Cada um no seu quadrado.Justifica-se que a fila possibilita a organização e da ordem. Ah... é preciso também "ensinar" as crianças a fazerem fila. Como se na vida diária elas já não aprendessem. Realmente não entendo essa fixação pela fila nas EC, além do mais, no final das contas, a partir do 6º ano isso deixa de existir. Meninos que estudam nos CEFs ou CEM quase não fazem fila. Ouvi um professor dizer que essa discussão é irrelevante. será? Será realmente que discutir o controle do corpo na escola, assim com a fila, a disposição das carteiras, o quadriculamento da sala de aula é realmente sem importância? Bom... nos últimos anos tenho ouvido muito pouca discussão nas salas dos professores.
Acabamos nos tornando uma categoria que "só dá aulas", ou no máximo, discutimos o que a Regional nos obriga a discutir. Neste ano, o projeto da escola vai tratar da educação de corpo inteiro, colocando o corpo no centro de nossas propostas. Esperamos mesmo que algumas alternativas sejam construídas, ou ao menos, discutidas.
Vamos ver no que vai dar...
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