terça-feira, 6 de abril de 2010

ESCOLA LAICA??? OH GLÓRIA!!!!!

Se a busca pela religiosidade deve ser feita na família e em casa, porque a escola acaba se ocupando também dessa questão? E o que é pior, até quando as concepções religiosas, portanto individuais, vão continuar afetando negativamente, a prática pedagógica na escola pública? Aos fatos, pois!!! cena 1: Semana da Consciência Negra. Eu, como coordenador de uma escola classe de Samambaia sugerí alguns materiais, entre eles, DVDs do projeto Cor e Cultura Negra. Uma das colegas disse que não passaria um dos videos por conter cenas de rituais do Candomblé e Umbranda. Pode o batuque, mas não pode a macumba!!! "Tenho muitos alunos evangélicos", foi a justificativa. cena 2: Todos os dias, "religiosamente", antes da entrada para a sala... todos em fila... começa a melô do ladrão: "Entra na minha casa... entra na minha vida... mexe com minhas estruturas..." . Oras... Se não pode o candomblé, também não pode nenhuma, certo? cena 3: Este ano, a proposta pedagógica na escola gira em torno das questões do corpo. Por uma educação de corpo inteiro é o que nós preconizamos... Bom, nem todos... O projeto tenta introduzir a corporeidade, expressões corporais, teatro, dança... Mas dançar não pode... sabe por que? Ah... é contra a bíblia. Dessa forma, alguns colegas, ao se submeterem a uma interpretação da Bíblia, não trabalham a dança, o teatro... por ser pecado! cena 4: Introdução à educação sexual. Duas colegas, adeptas de uma seita católica que não permite métodos contraceptivos, se recusam a discutir esse tema com os alunos. Elas, mães de 7 e 5 filhos respectivamente, acreditam que não se pode influenciar as crianças a irem contra deus. Bom... Nesse caso, acabou não servindo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana, não serviu também qualquer fundamentação teórica sobre a necessidade de discutir esses assuntos na escola ou qualquer chamamento ao bom senso.
A escola é espaço de disputa hegemônica. tudo bem... Mas até quando vai a tolerância aos intolerantes? É um direito agir da forma que eles agem?