Escola não é igreja e sala de aula não é púlpito.
Há muito pouco tempo atrás, evangélicos (as) eram massacrados, humilhados, discriminados, vilipendiados do direito de professar sua fé, atacados pelos meios de comunicação e pelos círculos intelectuais. Todo e qualquer estudo apontava que em sua maioria, eles e elas eram analfabetos, pobres e moradores das periferias de grandes cidades.
Aos poucos essa realidade foi se modificando... Alcançaram o poder, constituíram uma forte bancada nos parlamentos, converteram a classe média e alta além de intelectuais, assumiram o controle de inúmeras estações de rádio e de televisão, seus templos cresceram e estão em bairros centrais e nobres.
Entretanto, somente uma coisa não se modificou: A dificuldade deles de se relacionarem com outras religiões, a convicção de que somente eles e elas estão a salvo e todos os outros vão queimar no fogo do inferno, que religiões de matriz africana são primitivas e demoníacas.
Nâo mudou também a interpretação da Bíblia sob uma ótica fundamentalista e a certeza de que o mundo, sob seus auspícios é melhor e perfeito por serem o povo eleito e escolhido por deus.
Se acham que todos estão errados, que eles e elas devem ser o exército de deus na Terra, que são vasos santificados, verdadeiros representantes do divino neste vale de lágrimas, sugiro que comprem uma ilha (por que dinheiro para isso eles tem por causa das isenções de impostos), de preferência no meio do Pacífico e construam lá um mundo novo, sem pecado, sem ganância, sem macumba, sem gays, sem prostituição, sem roubalheira, sem adultério.
Instaurem uma república cuja constituição seja os dez mandamentos, o hino nacional cantado pela Aline Barros e o presidente o Malafaia.
Lá, com certeza, eles poderão orar em línguas,repreender o demônio que se apossa dos corpos dos alunos e alunas, não trabalhar o dia da consciência negra, expulsar gays e converter infiéis.
Viver em democracia não é fácil! Numa teocracia é pior ainda.